Pinacoteca anuncia exposição online de vídeos e filmes
“Distância” é o nome da mostra que irá apresentar cinco trabalhos entre os meses de maio e agosto
A Pinacoteca de São Paulo apresenta “Distância”, primeira exposição de vídeos e filmes pensada especialmente pelo museu para os meios digitais para ser apreciada pelo público durante o período de confinamento social.
É também a primeira vez que o museu realiza uma mostra totalmente online. A ação inédita vai reunir cinco trabalhos do acervo que poderão ser vistos de 12 de maio até 3 de agosto no site www.pinacoteca.org.br.
Os selecionados são: Da janela do meu quarto (2004) de Cao Guimarães; O batedor de bolsa (2011) de Dalton Paula; Tarefa I (1982) de Leticia Parente; 9493 (2011) de Marcellvs L.; e A banda dos sete (2010) de Sara Ramo.
“Apesar de distintos em tantos aspectos, esses filmes e vídeos têm em comum o ponto de vista de sujeitos por alguma razão apartados de uma sociabilidade imediata. Longe o suficiente para não terem acesso, mas minimamente perto para observarem e comentarem essa condição”, explica a curadora Ana Maria Maia.
9493 do artista Marcellvs L mostra um garoto dentro de uma barraca de camping centrado no videogame e totalmente indiferente ao vento forte que atinge a barraca, sem nem ligar para a natureza imponente. As imagens foram feitas na Islândia de um ponto de vista fixo. Em Da janela do meu quarto (2004) de Cao Guimarães, o autor retrata duas crianças na chuva por vezes brigando e também brincando.
Nos vídeos Tarefa I, de Letícia Aparente, e O batedor de bolsa, de Dalton Paula, o sentido de distância extrapola os limites físicos e entra no campo social. No primeiro, uma empregada doméstica negra passa roupa da artista sem tirá-la do corpo.
Por último, em A banda dos sete de Sara Ramo, uma fanfarra de sete músicos toca realizando um movimento repetitivo e contínuo. No entanto a cada volta, o arranjo musical se modifica. Diante da distância imposta em relação à cena, Ramo aguça o senso crítico e investigativo do público que passa a suspeitar de todo o discurso, o que possibilita até mesmo a criação de histórias.